terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Dói, só...

O coração rasga-me o peito
E eu grito!! De dor e de vontade.
Deixa-me completamente desfeito
Com um buraco que arde!

Arde tanto! Tanto!
Nem com as lágrimas o apago...
Sem ele já não canto,
Não vivo, não me acabo!

Sou o rasgo sem concerto,
Sem ti estou estragado.
Naufrágo neste negro
Sem cor que me resguarde.

Porque é que te roubaram?
Vi eu com os meus olhos..
E os meus braços não tentaram
Agarrar-te e aos sonhos!

Se um dia me ouvires
Quero que saibas que, nesta morte,
Me deixaste, ao partires,
Sem coragem pra ser forte!


 

domingo, 9 de dezembro de 2018

Diluição

Trocaste o pódio debaixo dos pés
Pelas luzes acima da cabeça
Trocaste aquilo que te dava a diferença
Por aquilo que hoje és.

Trocaste a medalha ao pescoço
Por mais este e aquele agarrado à cintura,
Nessa vida de pouca dura
Que me largou no fundo do poço.

Pedia e queria que fosses única
Vi eu Viseu moldar-te como as demais
E matar o meu sonho de um dia
Te levantar aquela branca túnica. 

domingo, 4 de novembro de 2018

(re)escrever-me

As viagens que ja fiz nas tuas asas
Dariam para dar a volta ao mundo,
E mergulhar nesse mar profundo
Que dentro dos teus olhos guardas...

Não exsitem palavras que definam o que és tu...
Porque como tu nunca existiu ninguém
Que fizesse do (meu) mundo refém
Com um simples e pequeno gesto.

Puseste o meu coração em solo novo.
A gritar "socorro" e a segurar o grito.
Um sentimento estranho, esquisito
Como o qual me comovo. Não me movo.

Não é facil explicar o que agora sinto,
No meio deste turbilhão de sensações,
Quero que saibas todas as razões
E que prometo que nunca te minto!

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

(des)pertar

Apagou-se pela ultima vez
A besta que renascia das cinzas...
E voava sem porquês
Com as penas mais lindas!

Apagou-se sobre a água da dúvida
Que se abateu sobre tudo o que existe,
E dissolveu o perdão
De quem não luta e desiste.

Ninguém engana a morte.
Nem esse bicho tão especial.
Por mais que tenhas sido forte
Foi este o teu final.

Recordo-te com esplendor
E esqueço todos os problemas.
Porque foste o amor
Que cantei em tantos poemas.

Maior é a vida que as cinzas,
E a força de querer vivê-la.
Outras bestas serão benvindas
Para um dia voltar a perdê-las!

Que me abrace a magia
De voltar a amar a cada dia!

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

(des)istir

Porque é que não insististe?
Porque é que desististe?
E ja tinhas planos pra ti
Sem que o nós existisse?

Dizias tu que amavas?
Pouco mudou para deixares.
E tu que dizias que não mudavas
Bastou respirares outros ares.

Agora não és tu.
Quem eras morreu no caminho
Entre o passado e o futuro
Agora sonho sozinho.

Palavras da tua boca:
"Sou diferente agora"
E a mudança não foi pouca
Perdeste o que te distinguia outrora.

És igual às demais.
Bebida... noite... a vida bohemia
E sempre que sais
Perdes um bocado de matéria.

Da alma que tinhas
Que te fazia gigante
E nessa alma que definhas
Só ficas mais desinteressante

Encontra-te nessas cinzas
Porque o que eras ainda podes viver.
E por mais que me mintas
Eu sei que nunca o deixaste de o ser!

sábado, 4 de agosto de 2018

sauda(des)

Tenho tantas saudades!
Do casaco que te aqueceu
À última noite que fui teu.
Sempre serei e tu não sabes...

Saudades do que foste:
Aquela lagarta a fazer um casulo, linda.
E enquanto beijava o teu rosto
Eras sempre bem-vinda.

Talvez te ame para sempre
Aquela ingénua e impulsiva rapariga
Com objetivos nobres à frente
Minha namorada, minha amiga.

Hoje nada somos.
Não aguentámos a alteração
E eu sempre achei e lutei
Para que fossemos a exceção!


Sentido, ainda não encontrei.
Ainda nao aprendi a viver sem ti.
Se me dessem um desejo eu sei
Que pedia a melhor amiga que perdi!

Vou-te sempre amar!
A rapariga que realmente amei.

domingo, 29 de julho de 2018

(des)pedaço

Há dias assim,
Em que pedaços de mim
Se arrancam à bruta
E me deixam nesta gruta.

Despedaçado ando por entre os mais completos
Ou que o finjem ser, como eu.
Secalhar andamos todos incompletos
Repletos de máscaras que a dor nos deu.

Sempre que me despedaço
Morro e um luto acontece.
Mas neste, o de agora, fracasso,
Porque nunca mais se desvanesse.

E para que se (des)vaneça
Não sei o que tenho de fazer.
Vou escrevendo, para que a cabeça
Não rebente de tanto doer!

E eu que pensava que não era amor.
Era! Camuflado naquilo que não era.
Agora esclarece-se na minha dor
Ou nos pensamentos que a dor gera!

segunda-feira, 23 de julho de 2018

(des)feito

Quem aguenta?
Perder dois pedaços do peito,
E tê-lo desfeito
Numa poça sangrenta?

Quem aguenta?
Diluir a poça em choro?
Lágrimas do meu corpo
Que assim se lamenta.

Quem aguenta?
Vê-lo assim a bater
Apenas para sobreviver
Enquanto se rebenta?

Se alguém aguenta,
Que me ensine, eu peço!
Porque a dor que eu meço
Não pára, só aumenta!

Se alguém aguenta,
Tenho pena por isso
Por tamanho crucifixo
Que pagas como renda!

Nesta vida a dor é certeza
E assumi-la não é fraqueza.
Que se não soube viver contigo,
Sem ti, ainda, nem sei se vivo.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

(des)alma

Tenho saudades de nós
Dando nós na cama.
Sem desatar porque quem ama
É um rio sem foz!

Tenho saudades da tua silhueta.
De a cartografar na minha mão
E de a manter secreta
Pensando que só os meus labios a beijarão!

Tenho saudades da tua alma
Que partiu e deixou o corpo.
Esse que me tira a calma
Mas que sem alma está morto!

Tenho saudades de ti.
Que partiste e foste sem destino.
Tudo o que vivi, vivi!
Mas sem ti, sigo o meu caminho.

Fica a carne, a pel e o osso.
O resto foste perdendo pouco a pouco.

domingo, 1 de julho de 2018

(des)fénix

Fénix, tu eras minha.
E eu a fogueira que te aquecia
Enquanto a minha chama morria,
Sem saber porque te tinha.

Fénix, cedemos ao que mudou.
Ao que dissemos nunca iríamos ceder.
Acabámos por morrer,
Quando cada um se apagou
Sem o outro o acender.

Fénix que me alimentavas
E que te alimentavas de mim...
Nunca pensei que assim chegasse o fim,
Cada vez que voavas.

Fénix, foram as últimas cinzas?
Serás mais alguma vez o meu fogo?
Outro pássaro... um novo,
A quem darei as boas vindas?

Fénix só existe uma. A minha!
Que te reacendas no meu peito,
Que faças de mim o teu eleito...
Que eu te tornarei rainha!


Só espero que me encontres,
Vinda das cinzas onde te escondes...

quarta-feira, 9 de maio de 2018

(des)encaixe

Eu sei o que queres ouvir
Então eu escrevo.
E sei o que quero dizer
Mas que não devo.

Neste misto de nós dois,
Não resisto e beijo-te.
Agarro-te, prometo-te e depois...
Deixo-te.

Só existo no toque da nossa pele.
Nas mãos, nos lábios.
Sabem a mel... Sabem a fel...
Ignorantes... Sábios....

Os meus mentem pra que os teus sorriam
E enquanto os feriam
Tremiam de saudade
Daquilo que sentiam.

Imperfeitos, seguiam.
E enquanto se guiavam
Mais duas lágrimas secavam
E mais duas almas morriam.

Sumiam...

Mas viver sem viver
É pior morte que morrer!
Então vive que eu morro...
Socorro...