segunda-feira, 23 de julho de 2018

(des)feito

Quem aguenta?
Perder dois pedaços do peito,
E tê-lo desfeito
Numa poça sangrenta?

Quem aguenta?
Diluir a poça em choro?
Lágrimas do meu corpo
Que assim se lamenta.

Quem aguenta?
Vê-lo assim a bater
Apenas para sobreviver
Enquanto se rebenta?

Se alguém aguenta,
Que me ensine, eu peço!
Porque a dor que eu meço
Não pára, só aumenta!

Se alguém aguenta,
Tenho pena por isso
Por tamanho crucifixo
Que pagas como renda!

Nesta vida a dor é certeza
E assumi-la não é fraqueza.
Que se não soube viver contigo,
Sem ti, ainda, nem sei se vivo.

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