terça-feira, 25 de setembro de 2012

Liberdade

    Será que somos livres?
    Sinto-me preso, aprisionado com todos vocês, cada um na sua minúscula cela perpétua. E a maior parte aí ficará, comendo e bebendo aquilo que recebem de fora, e dormindo sem nunca sonharem sair dessa rotina enclausurada. Tenho pena, mesmo que também eu esteja condenado a essa liberdade sempre, mas sempre condicional.
    Por onde quer que olhe, só me atropelam regras e leis. Cada uma mais restringente que a anterior, remetendo-se umas para as outras, criando uma teia, que tal e qual as de uma aranha, servem para nos aprisionar e, mais tarde, decidirem o nosso destino. Ou fado, como quiserem chamar, mas isso não nos trás liberdade...
    Pasmem-se, se conseguirem, quando digo que existem formas de escapar a essa prisão, que nos parece tão sólida. Nascemos com ferramentas para lhe resistir, mas conforme crescemos vão-se-nos sendo tiradas do nosso poder, ficando só pele, osso e obediência. Essas ferramentas eu vejo-as, rodeando e recheando crianças inocentes que mais tarde as vão doar ao esquecimento. São poucos os que com elas ficam, mas os que ficam, criam e encantam, erram e experimentam, vivem e libertam-se dessas regras, nunca de todas... Aquelas as quais a Imaginação permite escapar, essa que é a maior e mais especial ferramenta que alguma vez possuímos... E a que todos deixamos ir, com a falsa promessa de que as regras bastam para um falso conforto, que nunca chega... E continuamos prisioneiros, a vê-los livres do lado de fora.
   


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