sexta-feira, 28 de setembro de 2012

É isto que eu quero

    Eu quero gritar até à estratosfera tudo o que eu quero! E o que eu quero é um simples que vira complicado.
    Quero saber tomar as decisões certas para mim e para os outros, mesmo que por vezes elas não existam, porque deveria existir sempre um caminho alternativo à dor. Quero poder resolver problemas pelo simples facto de querer, mas enganaram-me e querer já não é poder.
    Quero um dia longe dos meus pensamentos, das minhas poucas preocupações. Onde não tenho de pensar em mim, e visto que eu sou um pouco de todos os que me rodeiam, sem ter de pensar em ti e em todos... Apenas quero viver encharcado, por exemplo, na filosofia de vida de Alberto Caeiro, que nem sequer assenta em filosofias, para sentir-me a mim o mais íntimo possível. Conhecer-me quando não tenho de conhecer outras coisas, quando aceito tudo e sei que tudo me aceita como quero ser, como sou, como estou naquele preciso e eterno momento.
    Na minha cabeça tudo isto faz sentido, e por momentos apetece-me fugir e ficar isolado de telemóveis, televisões, tecnologias, informações, diálogos... só quero dialogar com uma folha de papel e uma caneta onde apenas eu distingo os meus "a's" dos meus "o's", não sendo julgado pela forma idêntica com que aparecem aos olhos de outra pessoa.


  É isto que eu quero. Eu quero tudo o que não tenho... Mas como tenho tudo, eu quero o nada, e não quero sentir-me mal agradecido por o querer.

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