segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Um Século e Picos Depois

  Faz algum tempo que me foi aconselhado um livro magnifico para ler e despertar a mente, e quem sabe, o poeta que mora na cave do meu ser. Deram-lhe um nome, como se dá a todas as coisas, de "Cartas a Um Jovem Poeta". Dentro dele existem dez cartas escritas por Rainer Maria Rilke em jeito de resposta a um jovem poeta que encontrava neste escritor um amigo que o podia aconselhar.
  A certa altura na Carta Sétima, escrita em Roma a 14, de Maio de 1904, lê-se:

"(...)muitos jovens que amam erradamente, isto é, entregando-se simplesmente(..)" 
 ...

  Eu sou jovem, eu amo erradamente(ou nao se chama amar a isto), e entrego-me simplesmente. Já passaram 108 anos e este homem sabe tanto sobre a juventude de um século diferente, de um milénio diferente. Nada mudou.
  Sempre que leio isto, lembro-me de amigos e amigas, juntos, ou já separados, que erradamente estão ou estiveram, que simplesmente se tocam ou se tocaram fisicamente.
  Eu hoje acho que mudei, não me apetece tocar só, fingir que amo... Não quero! Se para isso tiver de deixar de ser "juventude" então que seja. Mas adulto também não sou, não quero problemas nem grandes responsabilidades que nem eu me encarreguei de as ter. Mais uma vez, não sei o que sou. Mas sinto que sou algo, só ainda não sei, nem ninguém sabe, o quê. É, talvez, a única coisa a que ainda não deram um nome.


 

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