Como seria suposto me entregar.
Tu devolveste-me desfeito,
Com os pedaços por apanhar.
Junto-os e vou-os deixando cair,
Reconstruindo-me nunca como era.
Porque parte de mim levaste ao fugir
E o que parte jámais se regenera.
Que tarefa hercúlea tenho agora:
Seguir imperfeito à procura de conserto.
Afogado numa alma que, por ti, chora
Lágrimas de saudade que sozinho verto.
Devolve-me o que é meu,
E que sem o qual mal me reconheço.
Este corpo que de raiva se encheu
Precisa, demais, de um recomeço.
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