quinta-feira, 27 de setembro de 2018

(des)pertar

Apagou-se pela ultima vez
A besta que renascia das cinzas...
E voava sem porquês
Com as penas mais lindas!

Apagou-se sobre a água da dúvida
Que se abateu sobre tudo o que existe,
E dissolveu o perdão
De quem não luta e desiste.

Ninguém engana a morte.
Nem esse bicho tão especial.
Por mais que tenhas sido forte
Foi este o teu final.

Recordo-te com esplendor
E esqueço todos os problemas.
Porque foste o amor
Que cantei em tantos poemas.

Maior é a vida que as cinzas,
E a força de querer vivê-la.
Outras bestas serão benvindas
Para um dia voltar a perdê-las!

Que me abrace a magia
De voltar a amar a cada dia!

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

(des)istir

Porque é que não insististe?
Porque é que desististe?
E ja tinhas planos pra ti
Sem que o nós existisse?

Dizias tu que amavas?
Pouco mudou para deixares.
E tu que dizias que não mudavas
Bastou respirares outros ares.

Agora não és tu.
Quem eras morreu no caminho
Entre o passado e o futuro
Agora sonho sozinho.

Palavras da tua boca:
"Sou diferente agora"
E a mudança não foi pouca
Perdeste o que te distinguia outrora.

És igual às demais.
Bebida... noite... a vida bohemia
E sempre que sais
Perdes um bocado de matéria.

Da alma que tinhas
Que te fazia gigante
E nessa alma que definhas
Só ficas mais desinteressante

Encontra-te nessas cinzas
Porque o que eras ainda podes viver.
E por mais que me mintas
Eu sei que nunca o deixaste de o ser!