Hoje tenho de escrever, porque hoje não sei quem sou e o
processo mental a que me obriga a escrita faz-me redescobrir.
Sei o meu nome, a minha historia e o que pretendo no futuro.
O que tive, o que tenho e o que quero ter. Sei o que fui, o que quero vir a ser mas, então, como posso não saber quem sou neste preciso momento?
Engano-me tanto, minto-me sempre que penso ou tento decidir
algo que julgo me irá definir.
Não posso ser concreto, falo encriptado, para que só eu
saiba das minhas dúvidas. São minhas, não as quero expostas. Mas quero
respostas. Como se o leitor, fosse um médico e eu não lhe contasse os
sintomas todos mas, mesmo assim, esperasse a prescrição exata para a minha
doença.
E o pior, é que eu sei o que preciso, as posologias, tudo!
Mas não consigo decidir. Parece que a única jogada “jogável”, passo a redundância,
é não jogar. Mas isso é ser um medricas por completo. Da cabeça aos pés! Mas… antes
isso do que destruidor… de sonhos… dos outros! Será que prefiro sacrificar-me,
calar-me, sofrer, em prol do outro? Que altruísmo. Não me sabia assim. Mas é
verdade.
E o pior é que nunca hei de tomar aquele remédio que me
tiraria deste estado. Mas que quero com uma força incrível sempre que estou em
frente à montra a olhar para ele. O que é que acontece se eu entrar? É que nem
sei se me deixam. Se posso. Só sei que quero!
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