quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Homo Curvatis

Se passar uma gaivota
Lisboa não a nota
De cabisbaixo onde o fado
Está mais triste que no passado.

Oh mar injusto,
Não te bastava dar?
Tiras-te a todo o custo
O poder de sonhar.

Trouxeste o preto contigo
E espalhaste-o na cidade
E como se não chegasse
Cegaste o amor, bandido.

Inundaste o fado
Criaste a doença
Neste povo cansado,
Desolado, sem crença.

Agora só vê o azul infinito
Refletido no mar.
Como se tivesse perdido
A capacidade de se levantar.

Ergue-te!
Está mais que na hora!