segunda-feira, 30 de julho de 2012

a Fénix.

Dizem nascer das cinzas,
Parece coisa de mágico!
Dizem-na bela por vias
Do seu encanto trágico.
 
Há-de sempre existir
Guardada na minha realidade.
Pois a cada dia hei-de sentir
Que amar é novidade!
 
E tu, que-não-sei-quem,
Sentirás o fogo que tanto temias,
Quando eu for teu rei,
E te coroar rainha, todos os dias.
 
Só espero que me encontres
Vinda das cinzas onde te escondes...
 
 



sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tudo perfeito...

Naquela casa tudo era perfeito. A entrada, a mobília, a cor. Naquela casa, o pó não chegava a pousar em nada material do que existia. As prisioneiras tratavam de limpar tudo e de seguir as ordens da senhora que se sentava imóvel numa poltrona. Tudo o que a senhora pedia as prisioneiras faziam sem se questionarem. Se todas aquelas paredes falassem havia muito pouco para contar, as janelas eram meticulosamente abertas todas as manhãs e meticulosamente fechadas todas as noites. Todos os dias eram iguais sempre com a mesma rotina e sempre com a mesma perfeição. As falas eram raras, os olhares os mesmos, o silêncio era semelhante a todos os outros dias. Todas as almas daquela casa perdiam-se no tempo e o tempo era demorado demais para ser real. No entanto, tudo era perfeito: a senhora, o luxo, a solidão e o seu vazio interior. Quando morreu o funeral também foi perfeito, as carpideiras eram perfeitas, as prisioneiras eram perfeitas, o padre era perfeito as flores e a terra eram perfeitas. Mas com o tempo, as flores murcharam, a carne apodreceu e ela transformou-se em terra como todas as outras pessoas do mundo e ainda foi esquecida...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Silêncio

"Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio." - Pitágoras

  A noite cai escura com um silencio tangencial. Espero que me traga respostas. Mas primeiro tenho de saber as perguntas que farei. E não sei que perguntar. Então calo-me e os silêncios falam. Num dialogo sem sons que possamos ouvir, argumentam sem tirarem a verdade do outro. Coisa humanamente impossível. Será que fiquei mais sábio por assistir à conversa, que não existiu? Ou perdi-me a adornar um texto que nem está escrito como de costume? É maneira de um escritor que muito vivi por letras. Sou um pouco de tudo, silencio, sabedoria(pouca) e dos outros. Do mundo. Do meu mundo.